Menininha, que graça é você! Uma coisinha assim, começando a viver!
Na última vez que estive com
Maria Eduarda e Juliana no Campo de São Bento (uma área de lazer, com
escorregas, balanços e outros brinquedos) me surpreendi de ver Maria escorregando de um ferro sem
ajuda. Vou explicar.
Há mais de 1 ano, Maria ama
descer de um ferro, enrolando as pernas nele e deslizando. No inicio, eu
segurava ela no colo e ela “fingia” que descia. Aos poucos foi se enrolando
melhor e ganhando segurança mas sempre comigo dando um apoio externo.
Nesse dia, ela afirmou que
conseguia sozinha e realmente fez tudo sozinha. Eu, maravilhada de ver ali na
minha frente a sua evolução, só consegui dizer: “É, você tá crescida!”
Como Maria cresceu nesse ano!
Cresceu de uma forma que eu não consigo mensurar. Amadureceu na tentativa de encontrar
seu novo lugar no seu “mundinho”. Ela não é mais a única. Agora ela tem a
Juliana e não consigo não lembrar da música da Palavra Cantada.
“E tudo que é meu será dos dois
Até a mamãe e o papai de nós dois”
Olho pra Maria e tenho sensação
que ela nem sabe explicar por tudo que passou emocionalmente. O ciúmes que ela
nunca conheceu, a sensação que agora, no campo de são bento não somos só nós
duas mas nós três, como ela mesmo me falou uma vez.
É uma adaptação doída. Dói
demais. Pra mim, pra ela. Quantas vezes ela verbalizou essa dificuldade?
Inúmeras! “Não me beija. Não me ama. Tudo é a Juliana” e mesmo tentando, eu não
conseguia acabar com o que estava dentro dela. Ver dia após dia Maria tentar,
testar, pressionar seu novo lugar e desejando por alguns momentos que tudo
fosse como era antes da Juliana. Todo aquele turbilhão minava minha paciência,
minha serenidade, minha empatia. No fim, tudo acabava ou em lágrimas ou em
arrependimento. Eu esperava que fosse uma fase e que passasse logo.
De um tumulto conturbado, com um
bebê chegando a casa, ela cresceu. Tem lidado melhor com esperar seu momento e
já tem aceitado situações que a irmã depende de mim. Sete meses depois, o que
tem ficado e crescido é a relação das duas. Maria e Juliana. Uma apaixonada
pela outra. Um amor tão imenso que Maria também não conhecia, que também fez
ela florescer.
Ainda é difícil? Sim, muito difícil
mas a caminhada tá mais fácil, tá mais leve e mais empática. Tudo isso pra
lembrar que não há trégua com o tempo. Os momentos vão passar e os filhos são
crescer, vão largar sua mão. Não falo isso de forma negativa. Que lindo é ver a
confiança que eles adquirem. Que incrível é saber que mesmo doído, eles acham
seus caminhos. Que delicia foi só observar de longe ela escorregar.
“Perguntei se pelo menos se ela vai saber que eu sou
sua irmã,
responderam que não, vou ter que esperar.”
A espera acabou. Juliana já sabe que ela é sua irmã.
E Maria tá envolta num amor novo, num amor crescido, num amor libertador aonde
seu lugar nunca foi tão especial como agora. Ela é irmã e a cada dia, ela descobre
as delicias, felicidades e choros que envolvem tão importante posição.
E eu? Acho que vou morrer de amor qualquer dia.
E eu? Acho que vou morrer de amor qualquer dia.
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