A "bela, recatada e do lar"
Até alguns anos atrás, eu sabia o que era o feminismo mas nunca vivi efetivamente o feminismo. Eu era mais uma machista da nossa sociedade patriarcal. Ainda sou uma machista numa sociedade patriarcal mas tento me policiar e avaliar pra não propagar esse comportamento.
O feminismo me fez vê muito além dos salários distintos entre mulheres e homens. Me fez ver que mulheres morrem todos os dias por causa desse machismo. Me fez ver que piadas sobre mulheres não tem graça nenhuma. Me fez ver que quando a gente reforça o machismo de uma coisa simples ou inofensiva, está indiretamente mantendo uma sociedade que chama feminicídio de "crime passional", que faz vitimas de estupro de culpadas.
O feminismo tem me atingindo cada dia mais. Ter duas filhas tem contribuído com isso. Me recuso a permitir que elas sejam segregadas por brinquedos, brincadeiras, pensamentos ou cores. E daí um leque se abriu.
"Se comporte com uma mocinha!"
"Uma mocinha não senta assim. Fecha as perninhas!"
Pois é.
Eu me policio pra não usar essas frases. Eu me policio pra que o machismo que há em mim não cale as minhas filhas.
Quando a revista publica que uma mulher é bela, recatada e do lar e finaliza falando que seu marido é um homem de sorte, ela manda TODAS nós nos comportarmos porque somos "mocinhas".
Ela manda um recado que homem de sorte é aquele que tem uma mulher com esse perfil como esposa. Mas quem disse que queremos casar?
Rótulos!!!
Mulheres são rotuladas durante toda uma vida! As vezes passamos a vida tentando nos encaixar num rótulo que não nos pertence.
A revista nos rotula como "boa esposa". As revistas da adolescência nos rotulam em "pra namorar" ou "pra ficar". Os brinquedos nos rotulam de "princesas", "donas de casa" e "mães".
E há problema em ser recatada, ser do lar, gostar das princesas, ser romântica? Não. Não há problema nenhum. Se somos tudo isso por opção e não por obrigação, somos LIVRES.
A maternidade é outro rótulo que nos enfiam goela abaixo. Quem disse que todas nós precisamos ser mães? Quem disse que só que tem filho sabe o que é felicidade? Como mensurar a felicidade de cada um?
A vida é cheia de nuances pra encaixarmos num só rotulo. Não tentem ditar quem devemos ser. Não vamos aceitar suas expectativas.
Não somos loucas! Não somos escandalosas e nem raivosas! Queremos que escutem a nossa voz, que quer ecoar cada vez mais alto.
E não vamos nos calar. Cada vez que o machismo é propagado, cada vez que escuto "o mundo tá chato" ou "tudo agora é machismo" ou ainda "é mimimi, vitimismo", eu tenho certeza que não nos calaremos. E a geração que vem aí não vai se calar também. Não vai admitir coisas que hoje relevamos.
Toda vez que eu me calo (as vezes eu me calo porque ainda vivemos numa sociedade patriarcal), eu me sinto como se alguém tapasse a minha boca. Me sinto mal, invadida.
O feminismo não está aí pra ditar regras. Ele está aí pra nos libertar. Um dia seremos todas livres. Livres pra andar nas ruas sem medo, livres pra sermos "do lar" ou "da rua", livres pra sermos belas como já somos mas que ainda, muitas vezes, não enxergamos.
Portanto, querida revista, não nos aprisione. Rasgue seus rótulos que eles não me vestem.
O feminismo me fez vê muito além dos salários distintos entre mulheres e homens. Me fez ver que mulheres morrem todos os dias por causa desse machismo. Me fez ver que piadas sobre mulheres não tem graça nenhuma. Me fez ver que quando a gente reforça o machismo de uma coisa simples ou inofensiva, está indiretamente mantendo uma sociedade que chama feminicídio de "crime passional", que faz vitimas de estupro de culpadas.
O feminismo tem me atingindo cada dia mais. Ter duas filhas tem contribuído com isso. Me recuso a permitir que elas sejam segregadas por brinquedos, brincadeiras, pensamentos ou cores. E daí um leque se abriu.
"Se comporte com uma mocinha!"
"Uma mocinha não senta assim. Fecha as perninhas!"
Pois é.
Eu me policio pra não usar essas frases. Eu me policio pra que o machismo que há em mim não cale as minhas filhas.
Quando a revista publica que uma mulher é bela, recatada e do lar e finaliza falando que seu marido é um homem de sorte, ela manda TODAS nós nos comportarmos porque somos "mocinhas".
Ela manda um recado que homem de sorte é aquele que tem uma mulher com esse perfil como esposa. Mas quem disse que queremos casar?
Rótulos!!!
Mulheres são rotuladas durante toda uma vida! As vezes passamos a vida tentando nos encaixar num rótulo que não nos pertence.
A revista nos rotula como "boa esposa". As revistas da adolescência nos rotulam em "pra namorar" ou "pra ficar". Os brinquedos nos rotulam de "princesas", "donas de casa" e "mães".
E há problema em ser recatada, ser do lar, gostar das princesas, ser romântica? Não. Não há problema nenhum. Se somos tudo isso por opção e não por obrigação, somos LIVRES.
A maternidade é outro rótulo que nos enfiam goela abaixo. Quem disse que todas nós precisamos ser mães? Quem disse que só que tem filho sabe o que é felicidade? Como mensurar a felicidade de cada um?
A vida é cheia de nuances pra encaixarmos num só rotulo. Não tentem ditar quem devemos ser. Não vamos aceitar suas expectativas.
Não somos loucas! Não somos escandalosas e nem raivosas! Queremos que escutem a nossa voz, que quer ecoar cada vez mais alto.
E não vamos nos calar. Cada vez que o machismo é propagado, cada vez que escuto "o mundo tá chato" ou "tudo agora é machismo" ou ainda "é mimimi, vitimismo", eu tenho certeza que não nos calaremos. E a geração que vem aí não vai se calar também. Não vai admitir coisas que hoje relevamos.
Toda vez que eu me calo (as vezes eu me calo porque ainda vivemos numa sociedade patriarcal), eu me sinto como se alguém tapasse a minha boca. Me sinto mal, invadida.
O feminismo não está aí pra ditar regras. Ele está aí pra nos libertar. Um dia seremos todas livres. Livres pra andar nas ruas sem medo, livres pra sermos "do lar" ou "da rua", livres pra sermos belas como já somos mas que ainda, muitas vezes, não enxergamos.
Portanto, querida revista, não nos aprisione. Rasgue seus rótulos que eles não me vestem.
meu amor a vc! Vc é linda!!!!
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