A beleza dos 3 anos

Definitivamente os três anos é uma fase muito especial na vida de uma criança e daqueles que a cercam. Eu tenho lembranças das minhas sobrinhas (hoje, moças) dessa fase de 3 anos e sempre recordei da mesmo pelas risadas que eu dava com elas.

Hoje Maria Eduarda está com 3 anos e estou vivendo essa fase de outro ângulo. Como mãe. Continuo apaixonada pelos “3 anos”. É uma fase tão linda aonde você começa a deixar o bebê para trás de uma vez e a criança começar a surgir.

O mais incrível dos três anos é o questionamento. Descobri em casa uma menina de personalidade forte, que questiona todos os meus “não” e tudo que passa na volta dela. Se vamos ao teatro juntas, eu preciso explicar tudo que ela não entendeu. Hoje, ela simplesmente não deixa pra lá as partes que não assimilava como antigamente. Além do questionamento, está surgindo o argumento  com palavras. Ela ainda chora muito para pedir as coisas mas tem argumentado e expostos suas opiniões. Tem interesse em fazer “combinados” comigo apesar da disposição para cumpri-los ter se reduzido. Obvio que em contrapartida, está demandando mais paciência para entender e acolher seus questionamentos e não tratar tudo como “coisa de criança”.

A curiosidade também tem sido sua aliada. Ela quer conhecer tudo e todos que não conhece. Outro dia, pedimos um sanduíche numa lanchonete. Eu pedi ao atendente para colocar numa embalagem para viagem e automaticamente ela falou em alto e bom tom: Viagem? Que viagem? A gente vai viajar pra onde? Obviamente todos riram e expliquei a ela que não iríamos viajar mas sim, levar o sanduíche para nossa casa. Melhor que a frase foi a expressão.

Os 3 anos é a fase da expressão. Nenhum frase vem acompanhada de um rosto passivo. São caretas, gargalhadas, peraltices, raiva tudo escrito ali, bem no rosto dela. A expressão que eu mais gosto, que acho mais curiosa é justamente aquela quando ela está defendendo seu ponto de vista. É tanta certeza numa menina tão pequena. O franzir da testa, a proximidade das sobrancelhas.

Meleca, chata, feia, boba e cocô estão na moda aqui e viraram palavrões. São as maiores ofensas do mundo para Maria Eduarda e ao mesmo tempo, ela morre de dar risadas das melecas e do cocô. A risada é contagiante no pega pega ”Você não me pega, cara de panela” antes de sair correndo.

As declarações de amor aos 3 anos são mais intensas. São mais “eu te amo”, mais beijos, mais “senti tanta saudades”. As sonecas são sempre em cima de mim, deitada com a cabeça no seio e o corpo por cima do meu. Vou sentir falta quando essa fase passar mas vou curtir ainda mais a próxima.

Filha, cresce sim mas devagarinho!