Uma irmã que virou poesia

Maria Eduarda nunca entendeu de fato, que ia ganhar uma irmã. 
Sim, ela sabia que eu estava gravida e que tinha um bebê na minha barriga
Agora, toda a parte subjetiva da atenção que a irmã ia demandar, ela nunca captou.

Maria não conseguia compreender o motivo de esperar.
Eu quero! Eu preciso! Me ajuda aqui, mãe!
Da noite pro dia, ela precisou esperar chegar sua vez
Até pra dormir com a mamãe ela precisava esperar

Maria não conseguia entender o ciúmes.
Não ser mais a única é difícil demais.
Todo mundo queria pegar no bebê, falar com bebê
De repente, o beijo na Maria ficou secundário.

E as vezes, Maria olhava para aquela bebê
Fofinha, tão bonitinha
Abraçava. apertava,
Bebê chorava e era um tal de
Para, Maria!!!

Assim, a bebezinha começou a rir pra Maria
Como quem diz: Olha também gosto de você!
Maria começou a querer ficar ainda mais próxima dela
Aonde a irmã estava, Maria estava também.
Que droga, porque ela tem que mamar agora?

E dali, os meses foram passando
Maria ganhou abraços, beijos babados
Corria da escola direto pro carrinho dela
Mesmo que ela estivesse dormindo.
Ela queria era ver a bebezinha

O ciumes e a insegurança foram ficando no passado
Naquele iniciozinho
Quando aquela bebezinha não a reconhecia
Agora não! Agora era Maria e Juliana. Agora eram irmãs.

Dali como com as mães,
brotou o amor entre essas duas.
Que amor louco é esse!
Maria vive com os gritos de "aía"
Desde quando acorda até a hora de dormir.

Maria ganhou traje de leoa.
Defende e protege a irmã. 
Vigia tudo q ela coloca na boca.
Na mesma proporção, aprendeu certinho como é ser irmã.
Implica, dá beijo, pega no colo, amassa, conta história, conversa
Para a Maria são as principais palavras da Juliana.

Ontem, quando perguntaram a Maria o que era emocionante,
o que a fazia pensar em poesia, ela respondeu sem pensar:
JULIANA.
Ela fez uma poesia pra irmã
Com palavras de melhor amiga, linda, brincar muito, importante.

E assim, elas seguem
dos choros de: "Foi a Juliana, mãe!", "aía"
para as risadas e beijos
do amor mais puro do mundo


Pra Juliana, Maria é poesia também.
Não tenho dúvidas.
Que se mantenham assim. 
Poesia. Uma na vida da outra.
As duas são as poesias da minha vida.


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