Não vai doer não, filha!!!

Essa semana eu levei Maria Eduarda para tomar vacina.
Na noite anterior, conversei com ela, expliquei
que iriamos no dia seguinte tomar a vacina.
Resumi pra que servia e disse que a vacina é uma picadinha
e que ia sim, doer mas que a mamãe estaria lá pra segurar a mão dela.

Isso me rendeu um pensamento.
Quase que no automático, eu falei: "Não vai doer não, filha!"
Antes de abrir a boca e claramente falar, eu parei e pensei:
Por que falar que não vai doer se vai doer?

No fim, ela não chorou, não reclamou.
Tomou 2 vacinas e sem dar um "ai".
Se foi influência da minha sinceridade, não sei. Quem sabe?
Talvez ela estivesse preparada pra dor e que nem foi assim, tão forte, como ela esperava.

Tudo pra dizer o seguinte:
Quantas mentirinhas "bobas" contamos por aí pros nossos filhos?
"Acabou o biscoito!", "Mamãe vai ali e já volta" (e só volta no fim do dia);
"Apoios" que usamos pra educar nossos filhos.
E depois somos os primeiros a recriminar as mentiras que escutamos deles.

Já enganei minha filha com essas "pequenas mentirinhas".
Por pura falta de reflexão, por ligar o automático.
Mentira é mentira, afinal.
Acho que se contabilizarmos no fim, contamos mais mentiras ao nossos filhos do que eles contarão para nós em toda sua vida.

A transparência traz segurança a criança.
A vacina dói! O biscoito não acabou mas você não pode comer agora! A mamãe vai sair mas volta a noite, antes de você dormir.
Verdade traz segurança.
Que cada dia eu consiga ser mais verdadeira para minha filha.
Quem sabe, essa segurança na nossa relação,
pode tornar até mesmo, as vacinas indolores?




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