Tempo, tempo, tempo...É tarde! É tarde! É tarde!



Entre a música "Oração ao tempo" e o Coelho do filme da Alice do país da maravilha, há tempo sem pressa?                                         


No meio do turbilhão da vida de mãe-esposa-profissional-filha-amiga-etc, hoje eu li um texto no facebook sobre a violência que estamos expondo nossos filhos.                                                    
Não a violência física mas a violência da falta de tempo e da pressa.

É como um soco no estômago em plena manhã de uma segunda-feira afobada.
Pra quem fica 12h fora,
que já chega em casa exausta,
com filhas sedentas de atenção
que mal dorme a noite seja por uma criança ou outra,
é um alerta!
Alerta mais do que necessário!
Você tá gritando demais! Você tá sem paciência! Você tá cheia de pressa!
É o tempo inteiro: Anda, Maria! Vamos, Maria! Anda logo, Maria! Já falei, Maria.


Milhares de “Maria” jogados ao vento pra nada!
Só causam irritação nas duas.
Lógico que a resposta da criança vem atravessada.
Cada vez mais atravessada, diga-se de passagem, diretamente proporcional com a idade dela.
A minha réplica vem ainda mais atravessada com objetivo de que mesmo?
Nem sei mais. Talvez do mostrar que quem manda aqui SOU EU! (mando?)
Só sei que no fim, terminamos as duas chateadas.
 

Deixar o brincar de lado é um dos primeiros aspectos da pressa.
Brincar requer tempo, imaginação, paciência e nos dias corridos, tudo isso falta aos montes.
As vezes, tudo que a criança quer é brincar um pouco com a gente
pra que as coisas entrem nos eixos, para que possamos dar o banho em seguida em paz, sem gritos e sem choros.


No meio da segunda-feira, me desce atravessada a tal da “culpa materna”, da qual já fui mais fã.
O desabafo que não tem tempo mais pra si, para fazer cocô em paz
realmente não é culpa da criança mas é culpa de quem?
Da mãe? Daquela que muitas vezes não tem tempo pra nada?
Daquela que é normalmente a mais privada da sua liberdade individual?


Pode ser culpa de todo um sistema machista que sobrecarrega principalmente as mães.
Pode ser que as crianças estejam recebendo a consequência dessa sobrecarga,
o dedo rente, a voz exaltada.
O que fazemos?
Vamos calar as mães em sua culpa ou vamos repensar tudo?


A balança do tempo é a mais difícil de equilibrar.
Temos que refletir mas não vamos deixar a culpa nos consumir
A gente violenta sem ver e também é violentada sem perceber.
Que possamos enfim, achar em tudo isso,
como que um pote de ouro no fim do arco íris,
um caminho do meio.
Um caminho sem pressa.




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