Dia Internacional da Mulher é dia de luta #niunamenos

O feminismo chegou até mim devagarinho. Obviamente, como boa parte de tudo q mudou na minha vida,foi após o nascimento da Maria Eduarda. A certeza de ter uma (agora duas filhas) aumentou essa minha busca e questionamentos.

Aí o feminismo chegou até mim e ano após ano eu fui entendendo a importância de ser feminista, de conhecer, de estudar e de apoiar. Acima de tudo, um movimento que não só contempla a mim e as minhas filhas mas todas mulheres.

Ser mulher no Brasil é resistência. Nós somos mortas, violentadas e silenciadas toda hora, em todos os dias. O mundo é machista, é branco, é misógino, é conservador. Nós somos engolidas e devoradas. Todos querem decidir sobre nossos corpos. O estado é dono do nosso útero.

Querem ditar o tamanho das nossas roupas, quantos filhos devemos ter. Inclusive nos enfiam a maternidade goela abaixo como instinto, chamado da natureza feminina. Mulheres nasceram pra ser mãe é o que grita a sociedade. Quando viramos mães, somos jogadas pra escanteio no mercado de trabalho, somos criticadas e avaliadas minuciosamente. Não raros casos, arrancam nossos filhos dos braços ou os matam pelas mãos do próprio pai/padastro ou pelas mãos do estado.

Falando em mercado de trabalho, ele não é justo quando comparamos homens e mulheres. Quantas mulheres ocupam altos cargos? Quantas são CEO? Quantas voltam de uma licença maternidade sem ser demitidas? Quantas não ficam estagnadas nos seus empregos? Quantas ficam anos buscando uma recolocação?

Somos sujeitas a assédios sexuais em todas as esferas da nossa vida. São cantadas na rua que deixa o outro indignado porque ele estava te "elogiando", são as conhecidas "mãos bobas", são os estupros em qualquer hora e lugar. Pergunte a qualquer mulher se ela anda na rua tranquila. Com relação ao sexo, somos incentivas a fingir orgasmo, agradar macho na cama. Se alcançamos alto status profissional, reduzem nossas conquistas e insinuam que transamos com alguém pra chegar lá.

Somos incentivadas a competir uma com as outras e exaltamos que melhor mesmo é ter amigo homem porque mulher é competitiva, fofoqueira, cheia de mimimi. E aí eu te pergunto quem se beneficia jogando mulheres contra mulheres? Nem preciso responder. Você sabe a resposta.

Somos reduzidas a frágeis, romance, coisinhas fofas, literatura de jornaleiro. Não nos deixam ser cientistas, astronautas, pilotos, tecnólogas. Somos definidas por princesas que precisam ser salvas por príncipes encantados. Somos criadas pra acreditar no amor a primeira vista, no amor idealizado. Somos criadas pra aguentar desaforo, pra varrer a casa, preparar a janta e estar cheirosa pro marido.

Mulheres são pressionadas a estarem sempre depiladas porque pelos femininos são nojentos. Transformam nosso órgão genital numa vagina infantil. Temos parceiros que decidem nosso corte de cabelo e se vamos usar maquiagem ou não. Somos cobradas pelo nosso corpo, pela calça 38 (que nada, pela calça 34!), pela barriga negativa, pelo corpo antes de engravidar em poucas semanas depois de parir. Somos cobradas a ter seios fartos e nos enganam numa falsa liberdade sexual num topless mas nos obrigam a nos cobrir quando amamentamos. 

Somos chamadas a sentar como mocinhas. Falar baixo, rir de forma contida. Mulher escandalosa é mulher puta. Se beber, se transar no primeiro encontro, se dançar até se acabar na pista. Somos todas putas.

Somos mortas e violentadas por namorados, maridos, pais, padastros, melhor amigo. Somos culpadas pelas violências que sofremos. Querem nos possuir, nosso corpo e nossa alma. Querem tratar nossos corpos como pedaços de carne descartáveis apenas por sermos mulheres.

Vamos resistir, mulheres! Não vamos nos calar!
Sigamos!
Que neste dia internacional da mulher se enalteça a luta.
A resistência é a chave.
Da próxima vez que te perguntarem pra que serve o feminismo, discuta, grite, fale. 
Não seguimos sozinhas! Estamos cada vez mais juntas!
Nem uma a menos!


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