Não queremos ser "supermãe"
Basta uma mãe sair desacompanhada e
encontrar um conhecido na rua pra ouvir a pergunta:
- Cadê seu filho?
Basta acontecer algo de ruim com uma
criança para ouvirmos:
- Cadê a mãe dessa criança?
É quase impossível ver esse tipo de
questionamento dirigido ao pai ou a outro cuidador da criança. Sobre os ombros
da mulher, a maternidade tem o peso do mundo.
A mãe é culpada e responsabilizada por
tudo.
Acham que mãe é onipresente.
Acham que mãe é só mãe.
Acham que mãe que trabalha fora terceiriza
filho.
Acham que mãe que fica em casa é
preguiçosa, que trabalha pouco
Acham que mãe na balada é puta
Acham que mãe na igreja é doutrinação da
criança
Acham que mãe que não se diverte sozinha
Acham que mãe só fala de filhos
Acham que maternidade e política não
combinam
Acham que a maternidade traz plenitude
A paternidade é muito mais leve, as
cobranças são muito inferiores. Quando o pai paga pensão já tá bom. Pai presente é tema de exaltação. Ganha
palmadinha nas costas e parabéns da sociedade de forma entusiasmada:
Porque trocou a fralda
Porque botou pra dormir
Porque deu comida na boca
Porque ajudou no dever de casa
Porque acordou de madrugada.
É PAIZÃO!A figura paterna ainda é vista
como ajuda, como coadjuvante e a mãe é vista como o ser de resignação.
A mulher que aguenta tudo, que supera tudo
pelos filhos. O perfil de “supermãe”. Aquela que aguenta tudo por amor ao
filho.
Não queremos aguentar tudo!
Não somos obrigadas a aguentar tudo!
Queremos compartilhar a criação dos filhos
Não queremos ser santificada.
Queremos ser respeitadas
Como mãe e acima de tudo, como mulheres de
luta.
Nossa maternidade também é resistência.
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