Bem na sua cara - Entre tapas e o terrible two!

Como eu já disse aqui há algum tempo, estou vivendo novamente e lindamente o terrible two com minha filha mais nova. Definitivamente é uma fase muito difícil. O bebê fofinho começa a demonstrar sua vontade com choros e tapas.

Justamente aonde eu quero chegar hoje. Minha Juju, um doce de menina, bate mais do que beija e do que abraça. Bater é para a Juliana sua melhor forma de lidar com sua frustração, seu incômodo e suas chateações. Ela nunca recebeu um tapa assim como sua irmã. Portanto, ela não bate porque está aprendendo com exemplo. Bater é tão expressão da Juju como beijar, rir, gargalhar. Ela bate e fala em seguida: Não pode bater, mamãe!

Então, você deixa bater? Bem, quando eu consigo prever o tapa, que vai desde do braço, a barriga e chega ao rosto, eu repreendo. Nem sempre o tapa é pressentido. As vezes, ele só estala na sua coxa ou bem na sua cara. Toda vez que ela bate, eu explico que ela tem que fazer carinho mas deve ser estranho pensar em fazer carinho se ela está irritada.

Por que será que a gente manda a criança dar beijo ou ter uma atitude amorosa se ela está no seu auge da raiva e da frustração? Não parece ter muita lógica. Não seria bom conseguir pontuar e acalmar a raiva? Como ensinar então, crianças de dois anos a demonstrar seus sentimentos sem ficar com o braço mordido ou a cara vermelha? Uma das tarefas mais árduas tendo em vista, que nem adultos sabem lidar com suas frustrações e raiva, na sua grande maioria. A gente engole, come e adoece regando essas sensações ruins.

Obviamente, eu não tenho uma resposta. Talvez nem haja uma real e concreta para nos guiar. Eu acredito no trabalho de formiguinha. Você vai pontuando, vai demonstrando com carinho, vai pedindo para criança explicar o que está acontecendo. Em outros dias, o limite chega e a gente grita, estressa, perde a paciência. Talvez por meses a fio nesse ciclo que parece não ter fim. Ela vai continuar batendo, vai continuar mordendo. Um dia, o comportamento passa. A fase fica para trás. A mãozinha ou a boquinha relâmpago não acham mais seu braço ou seu rosto ou o braço e o rosto do amigo

Enquanto isso, por aqui, os tapas da Juliana vem acompanhados de "bem na sua cara", da música que ela já ouviu várias vezes por aí. Na verdade, acho que ela nem sabe o que é "cara" mesmo com sua mão a achando facilmente nos seus tapas. Seguimos, dia a dia, entre tapas e beijos, lidando, respirando, contando até 10 nesse terrible two!







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