O puerpério e as lágrimas!

A maternidade é uma fase linda para as mulheres. É conhecer um amor único, que não é possível dimensionar, aonde sorrisos curam dores e cansaço. Parece às vezes, um momento cor de rosa, que a gente idealiza antes de efetivamente TER o bebê nos braços.

Após o nascimento do bebê, chegamos a fase do puerpério, a fase pós parto, que de acordo com cada estudioso pode durar até a próxima menstruação ou até os 2 anos do bebê.

É nessa fase que você recebe seu título de mãe, carregado de hormônios e emoção. De repente, o que fazer? Você tá bem, seu filho tá bem mas você não sabe explicar o porquê aquela tristeza cisma em bater. O motivo daquele choro, daquele cansaço, do momento de desespero de não saber o que fazer. O momento que o choro é tão intenso que você acha que tudo vai durar pra sempre.

Eu me senti muito só! Era claramente a sensação que eu tinha. Era como se ninguém me entendesse mesmo que houvesse pessoas ao meu redor. Me sentia de forma contraditória pois em alguns momentos, me sentia feliz e algumas horas depois, queria sair correndo daquele ambiente.

A solidão me sufocava, a tristeza chegava sem motivos aparentes e eu me tornei uma pessoa irritadiça com os demais. Eram os hormônios, a chegada de uma pessoa totalmente dependente de mim. Oras, eu não tinha certeza nem se podia me cuidar!

Meu puerpério durou pelo menos 1 ano, com certeza. Ainda tenho lembrança de Maria Eduarda nessa idade e também das sensações de tristeza que ainda me perseguiam. Acho que só me livrei completamente dessa sensação, perto dos dois aninhos.

Eu me tornei mãe mas estava aterrorizada e completamente encantada. A gente precisa de colo, de atenção, de compreensão. Não, não somos mais as mesmas. Agora somos mães e por muito tempo será esse "status" que irá se prevalecer sobre todos os outros (esposa, profissional, amiga...). 

Chorar quando quiser chorar e principalmente entender que esse é seu momento e tudo bem, você pode não se sentir totalmente feliz mesmo com seu lindo bebê no colo.

O puerpério passa. Vai embora. Num lindo dia, a tristeza e a solidão sumiram e a partir daí, eu descobri quem eu realmente era. A Marcela pós maternidade.