Vidas negras importam!

Ontem logo após escrever sobre a execução da Marielle Franco, li a noticia da morte de um menino de quase 2 anos no Complexo da Alemão. Além do menino, duas pessoas de 58 anos foram mortas no tiroteio.

A foto da mãe do menino agarrada ao carrinho do bebê está gravada na minha mente. Impossível como mãe, como mãe de uma menina de 2 dois, não sentir seu coração lá, seu coração despedaçado, uma dor quase palpável. Um menino, um bebê, morto na frente da mãe e dos avós quando foram comprar algodão doce pro filho.

Todos esses acontecimentos minam nossa fé, nossa esperança. A gente vê todo dia o estado ignorar as vidas dos negros e dos favelados. Aqui eu volto a falar do racismo que falei no post da execução da Marielle, quem se preocupa com as vidas negras? Quem se preocupa com essa mãe que ficou sem seu filho? 

Paloma pediu um tiro para si. Que mãe não pediria? Que mãe ao ver seu bebê baleado na cabeça, sangrando fisicamente, emocionalmente e pela alma não pediria o mesmo destino? Eu me coloco no lugar dela, abraço minha filha em busca de consolo sabendo que apesar de tudo, os nossos privilégios a protegem mais do que todas as crianças que são negras e que estão em favelas do Rio de Janeiro.

O que a gente pode fazer pra que vida negra e da favela importem pra sociedade e pro estado? O que a gente pode fazer pra que amanhã não seja outra mulher negra chorando como Paloma? Tenho certeza que Paloma ganharia o apoio e o abraço de Marielle nesse momento.
O ódio, a intolerância, o racismo tem mira certa.

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