O bebê nasceu e aí? As dificuldades que vivi como mãe (os alentos também).


Maria Eduarda nasceu linda, cabeluda. Uma florzinha pra minha vida. Pergunta que não quer calar. Eu realmente a amei desde o primeiro instante?

Amei. Com certeza amei, mas hoje amo muito mais porque, na minha humilde opinião, amor é convivência também. Há um laço incrível mãe e filho mas esse laço é estreitado aos poucos.

Os primeiros meses da Maria Eduarda não foram fáceis pra mim. Ela era um RN tranquilo, que chorava só pra mamar. Hoje, penso até que deveria ter buscado ajuda pois não vejo em outras mulheres o que eu sentia. Eu estava cada dia mais apaixonada por ela mas me sentia triste, sozinha e esse sentimento me deprimia. Chorava muito, as vezes, agarrada nela, sem motivos aparentes.

Tive dificuldades para interagir com ela nos primeiros dias. Me sentia fazendo as coisas no automático. Colo, fralda suja, mama e arrota. Poucas gracinhas, quase não cantava mas isso melhorou alguns dias depois. A interação aumentou e passei a cantar toda vez que a ninava no colo. Inventei músicas e cantava assim:

Maria...Maria...da mamãe

Florzinha...florzinha...da mamãe

Princesa...princesa...da mamãe

gatinha...gatinha...da mamãe

Confesso que só de lembrar da musiquinha meus olhos se enchem de lágrimas. Eu inventava, cantava e admirava. Como eu amava aquela menininha linda que Deus me deu! Algumas horas depois, eu me sentia solitária, cansada, triste e com vontade de sumir. Eu alternei momentos assim, mesmo com ajuda da minha mãe e o apoio do meu marido. Foi a primeira vez que eu me sentia solitária, mesmo com um bebê nos braços. Essa sensação foi leve no primeiro mês e muito intensa com 2-3° mês da Maria Eduarda. Começou a melhorar a partir do 4° mês.

Observando o que eu era, com a minha cabeça de hoje, eu vejo que sofri de ansiedade, de medo, de expectativa. Eu achava que ser mãe era instintivo (até é de certa forma), ouvia muitas “dicas” nada legais, seguia meio o padrão que vemos por aí (graças a Deus tá mudando). Maria Eduarda foi um bebê muito tranquilo e bonzinho. Hoje eu tenho consciência que tudo é uma fase e teria aproveitado muito mais. Se pudesse voltar no tempo, faria diferente, com certeza.

Entenderia que a solidão faz parte mas teria passeado mais com ela para pegar um solzinho, por exemplo. Atividades simples que iriam preencher meu dia. Com certeza teria usado um sling ou um canguru (só usei depois de 5 meses) pois eles ajudam a ficar com as mãos livres e garantem mais liberdade para gente, mantendo o bebê aonde deve estar, aninhado a mãe.

 Passei algumas dificuldades com amamentação.  Amamentar parece pra quem nunca teve filho como algo simples mas nem sempre é. Nesse ponto, não tive muito apoio no hospital que tive minha filha e para amamentar é preciso apoio e empatia. Palavras e atitudes (principalmente) essenciais para uma mãe com mil hormônios no corpo conseguir amamentar o filho sem dificuldades.  Meu leite desceu no meu primeiro dia de alta. Maria tinha pega errada e feriu os dois mamilos. Tive rachaduras, sangrou e eu quase desistir em ver sangue na boca dela. Cheguei a comprar um bico de silicone mas não foi necessário. A vontade aí falou mais forte e eu fui pela primeira vez, buscar informações (INFORMAÇÃO DE QUALIDADE É TUDO, MINHA GENTE!!!!!!!!!). Aos poucos, as coisas foram acertando e amamentar foi maravilhoso.

Lembro com perfeição dela pegando no meu dedo e me fitando fixamente. Momento meu e dela. ÚNICO!! Saudades imensas de amamentar, muita mesmo! Superada as adversidades do início (primeiro mês) o resto foi perfeito!!!

 Outro ponto que deixa as mães de RN esgotadas é o sono. Maria Eduarda sempre dormiu lindamente a noite. As 21h, já estava dormindo e acordava de 4h em 4h ou até mais, para mamar. Dormiu a noite toda com poucos meses mas não dormia nada a tarde. Depois de 2 semanas de vida, passava toda a tarde acordada ou dava 1 cochilo de 30min. Foi cansativo mas como já disse, foi só uma fase e sinceramente, passou rápido.

Colo, apego, amamentação, cama compartilhada...aproveitem!!! O tempo voa. Esse é o momento de vocês e seus filhos. Quando ele começar a andar, não vai querer mais colo. Curta essa fase e fique com a lembrança de uma saudade gostosa(demais) de um tempo que não volta mais.





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