Eu, Minha, eu mesma, somente eu, somente minha - Uma vida nova em pronomes

Toda a minha vida adulta e boa parte da minha adolescência foi uma vida vivida a dois. 

Todas as minhas escolhas, meus gostos, minhas manias, meus apontamentos foram definidos e moldados a dois. 

Mesmo quando a gente tem uma relação legal, com uma pessoa que também pensa no seu crescimento, a gente é envolvido e direcionado pelo outro nas nossas decisões. 

Em especial, quando você vive tudo isso crescendo.

E como eu cresci!Cresci muito!

Hoje eu não vivo mais a dois.

Vivo EU, EU mesma e somente EU.

E foi um baque tremendo se descobrir sozinha quando metade da minha vida eu vivi a dois (e na outra metade eu fui criança, né?).

Sem medo de soar clichê, esse é um novo momento.

Apesar de todas as pedras que apareceram, eu tenho juntado todas pra trilhar meu caminho. 

Apesar de toda dor que foi envolvida nesse processo,

um dor que ficou pra trás,

mas que por muitas vezes, achei que não terminaria,

foi também essencial para o início dessa nova trilha.

Estou vivendo um processo de descobrimento, de renascimento.

Estou reinventando uma nova faceta, olhando pra lugares dentro de mim que eu nunca olhei ou que não olhava há muito tempo.

Estou me enamorando por mim. 

Em processo. 

Vivendo um frio na barriga de ver uma mulher que eu imaginava que existia mas que é mais poderosa (em todos os sentidos da palavra) que eu imaginava.

Eu vivia a dois

E hoje, EU é meu pronome mais pessoal que nunca.

Sou eu que escolho, eu que penso, eu que me descubro, eu que rio sozinha, eu que desejo.

Sou eu que estou vendo chegar como numa metamorfose, um vida nova.

Uma vida tão nova que tá sendo desenhada, ainda embrionária, pela MINHA mão. Somente minha.

Uma vida tão nova que parece filme de suspense mas já colocou tanta gente especial na vida.

Que ressurgiu e agregou tanta gente que estava distante de volta no meu dia a dia.

Pessoas que te transformam em fortaleza

Pessoas que te fazem parar, respirar, olhar pra si e tomar seu tempo.

Tempo esse que desejei tantas vezes que corresse.

Tempo esse que agora eu peço pausa.

Não há pressa pra nada. 

Nada no mundo é mais fortalecedor e importante que viver o EU, que viveu a dois por tempo demais.

Porque em todos os minutos do AGORA,

sou EU, EU mesma e somente EU,

ao mesmo tempo que há uma base de amor apoiando

todo esse sentir próprio,

toda essa mulher única,

toda a força íntima dessa vivência

mais possessiva que nunca,

Que é apenas MINHA

comigo mesma, e somente minha!