Irmãs, amigas, cúmplices - Quem ganhou no final?

Esse vai ser um texto fofo.  Foi um texto que surgiu daqueles momentos em que o coração se aquece, dá aquela inflada de amor e você acaba entendendo que finalmente, tudo vai dar certo no final. A ótica de hoje é romantizada mas é também um lado que todo mundo vê, por aí, no dia a dia, mas que chegou a mim diferente. Ainda cheio de amor mas diferente. 

A chegada da Juliana nos meus braços fez automaticamente que os mesmos perdessem sua dona número 1 dos últimos quatro anos. Maria Eduarda não tinha mais a mãe disponível para atendê-la em todos os momentos que necessitava. Ela precisou aprender a esperar e a dividir com a irmã seus momentos com a mamãe. Foi um tempo difícil. Foi sofrido. Para mim e para ela que não entendia muito bem como era seu novo papel naquele núcleo.

O primeiro ano foi massacrante. Ela olhava aquela bebezinha e ficava encantada por ela mas a irmã não andava, não falava, só dava uns sorrisos e prestava atenção quando Maria falava. Foi "aía" (Maria) a primeira palavra da Juliana. Dali as coisas entre elas melhoraram consideravelmente. Conforme a Juju crescia, crescia a cumplicidade entre elas.

E o que transbordou no meu peito hoje não foi só o amor entre elas, foi a cumplicidade. 

A gente idealiza que consegue proteger os filhos de tudo. A verdade é que a gente deseja evitar qualquer sofrimento mas essas etapas são também um amadurecimento. Vê-las se saindo bem pelas mudanças que aconteceram na vida me mostra que estar juntas trouxe companhia e muito amor para passar por tudo com mais leveza.

As vezes, eu paro para observa-las brincar, ver a Maria implicando com a Juliana porque "mamãe, ela fica muito fofa brava". São beijos, são abraços, empurrões, brincadeiras. As vezes, elas estão juntinhas apenas assistindo TV. Dormem juntinhas. Maria se torna sua protetora, dá banho, empresta boneca, cuida dela, coloca no desenho que ela escolhe. Obviamente nem todos os momentos é esse mar de rosas. Tem momentos de muitas brigas e choros. 

A realidade é que aonde está uma, também está a outra. A verdade é que quando você escuta "Malia", também escuta "Juliana". Com a irmã, nem importa mais para Maria se ela vai chegar na frente. Ela grita: "Corre, Juju! Quem vai chegar primeiro?". Ela para, deixa a irmãzinha correr de forma desengonçada, e só então, vai atrás falando que vai pegá-la. Juliana bate no portão e fala "Primeiro" e Maria ri e olha para mim como se compartilhássemos um segredo e replica: "É, Juju ganhou!!!"

Eu não sei quem ganhou de verdade. 
Acho que nós três ganhamos.
Todo dia.
Cúmplices desse amor. 



Comentários

  1. Muito carinho envolvido comove de coração. Obrigada por me deixar fazer parte desse mundinho . Estou passando por uma transformação nesse ano , ficando mais família tendo contato com meus sobrinhos 'de verdade' e aprendendo a valorizar mais esse universo de carinho .

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